sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Guardians Of The Galaxy (Guardiões da Galáxia) - Review/Crítica


A Marvel talvez ainda não tenha furado a cegueira dos mais arcaicos críticos da sétima arte, mas para quem enxerga bem, sabe que ela colaborou muito nesses seis anos. Guardiões da Galáxia não é um filme multifacetado e nem mesmo livre para interpretações. O filme faz o que sempre propôs: diverte.
O quinteto (quase, hein, Fox?) intergalático funciona apesar de todas as diferenças entre os personagens. Ao contrário d'Os Vingadores em que o filme funciona sob a tensão criada entre o time de vingadores para construir uma harmonia, aqui a tensão entre os personagens até parece a mesma, mas o clima de "parceiragem" é o que uma das novidades. A Marvel já havia arrebatado todos os fãs com piadas, socos, explosões e mulheres e homens sarados, mas o que faltava foi feito apenas em Guardiões da Galáxia; o anti-heroísmo exacerbado.
Os Vingadores, citando como comparação novamente, rebate vários egos dentro da mesma trama - e isso é legal. Mas talvez a única coisa que não tenha sido muito bem resolvida no filme tenha sido a virada entre um time desunido e um time unido. E isso é muito bem feito em Guardiões da Galáxia. Os egos estão lá rebatendo-se como em uma versão intergalática de Avengers (afinal, os Guardiões podem não querer, mas são anti-heróis) e isso ajuda na criação de uma trama divertidíssima (que é outro ponto importante). A Marvel não erra a mão quando o assunto é piada na hora certa; com algumas tiradas meio óbvias, o roteiro consegue puxar uma risada antes mesmo de algo acontecer. A áurea do filme é bem construida e isso se deve ao time. A equipe de anti-heróis cativa porque não tenta impressionar e com isso temos uma trama rasa (que talvez guarde o único escorregão do filme). A falta de diversidade nos planetas incomoda um pouco; por vezes, até achamos que há mais humanos que alienígenas na tela (vide a cena da prisão) e isso se deve à equipe de arte que poderia ter pirado um pouquinho mais e feito alienígenas mais diferentes e imaginativos. A trama não foge do previsto. A união do grupo acontece por uma causa falsa que acaba sendo importante para unir o quinteto, mas o problema é que não tenta passar disso. O filme é suficiente, mas não autossuficiente. Rocket Raccoon é o cerebro e junto à Groot, acaba sendo o alivio cômico de um filme que é cômico all the time.
Quando Groot fala no ápice do filme "Nós Somos Groot" o cinema vem desaba. O universo parece finalmente coeso e os Guardiões nem mesmos sabem da existência d'Os Vingadores. Essa coesão vem da união e cuidado que a Marvel tem com seu universo. Os egos existem, mas no final, nada é tão legal quanto ver tais egos misturados à outros. E isso não só acontece agora com os Guardiões, mas como aconteceu com o Capitão América e a Viúva Negra, Tony Stark/Homem de Ferro, Pepper e o Banner/Hulk, Thor e Loki e resultou em Os Vingadores. Nada é melhor do que ver uma equipe junta. Isso enriquece e sustenta qualquer trama (por mais rasa que ela seja). Prefiro ressaltar esse ponto do que citar James Gunn (diretor e roteirista do filme) pela trama rasa. Na verdade, até o saúdo por ter sido corajoso o suficiente para explicar uma origem em dois minutos e depois (com muito bom gosto) jogar um personagem que quase ninguém conhece. Depois disso, engolimos um vilão que apenas serve de escada para Thanos, mas quando percebemos isso já estamos totalmente nostalgiados e emocionados com o longa.
Ao analisar com mais cuidado, você percebe que não precisaria saber a origem e nem se importar tanto com o vilão. A mãe de Peter Quill morreu, ninguém tem noticiais sobre o pai (até o final do filme) e ele simplesmente é apresentado (já adulto) como um saqueador e caçador de recompensa - referencia óbvia à Indiana Jones. É muita coragem. E aí vem um show de referencias, cultura pop e uma homenagem até que muito bem feita sobre ambas. Fica claro que James Gunn quis mostrar que essa cultura é viva e é capaz de atingir (ou contagiar) qualquer um. E isso Guardiões da Galáxia faz muito bem, - e a Marvel continua fazendo - contagiar.

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